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sábado, 18 de setembro de 2010

Mód 01 - Metáfora do Relógio : Filme Crise do conhecimento científico - sexta, 3 setembro 2010, 12:32

Ao assistir o vídeo Metáfora do Relógio, me deparei com a fala da cientista (personagem) Sonia Hoffmann...“aquele pêndulo, por exemplo. A muito tempo foi substituído por um cristal de quartzo. E essas magníficas engrenagens feitas a mão, transformadas num micro chip do tamanho de uma unha. A ciência já passou o pensamento mecanicista nesta proporção...”, mas, será que nós professores nos demos conta que continuamos com o pensamento no século XVII? O pensamento mecanicista de Descartes está sedimentado em nós? Será que a maioria dos docentes já parou para refletir que nossa práxis pedagógica está obsoleta?
Durante estes onze anos de experiência docente, não percebi mudanças significativas na didática praticada nas salas de aula, tudo ainda me lembra a minha infância e adolescência, só algo se destaca, os discentes não são os mesmos, eles reagem à mesmice dos professores com seu modo irreverente, muitas vezes grosseiro, ou simplesmente não assistindo as aulas, o famoso filar a indisciplina tomou conta dos espaços escolares.
Esta geração não pode ser tratada de modo igual à moçada dos anos 60 e 70, que se submetiam as ordens do professor e diziam amém a tudo que ouviam, afinal, eram eles os detentores do conhecimento e só através deles poderíamos nos instruir. Não estou aqui a declarar que a questão da indisciplina deve-se somente a didática e metodologia em sala de aula, não sou tão ingênua, mas para evidenciar, que os tempos são outros, os perfis dos nossos alunos mudaram e isto está causando um rebuliço nas escolas.
Só o professorado insiste em não mudar, e se tem algum colega tentando inovar, eles vêm com o jargão ‘você está perdendo tempo, eles não querem nada, outros antes de você tentaram e não deu certo’ ou ‘para mudar teríamos que começar do zero’ fico a imaginar, teríamos que exterminar esta geração e ‘fabricarmos’ outra? Ou será que se mudarmos junto com eles o nosso modo de ver o mundo e compartilharmos com eles suas angustias e curiosidades, não seríamos professores mais felizes e sem tantas síndromes do pânico, depressão, entre outras doenças psicológicas?
Ao ler a frase da personagem, me lembrou um dia na qual ouvi do palestrante, um homem de seus setenta e poucos anos falando sobre computadores “um dia percebi que não entendo nada sobre o uso de computadores e me descobri como obsoleto”, isto foi em 1998. Esta frase me bateu tão forte, que no dia seguinte, me inscrevi no curso de informática, eu muito mais jovem que ele, também ‘estava’ obsoleta. Peço desculpas aos colegas, por não dar crédito a frase, pois esta fala foi de um dos palestrantes, que infelizmente não me recordo o nome, o local foi no auditório do FIEB, falando a empresários, nesta época eu tinha uma micro-empresa, em flagrante decadência, devido aos malabarismos econômicos da era FHC.
Concluo a análise do vídeo com questionamentos: Nossa didática e metodologia estão privilegiando o uso das novas tecnologias? Realmente estamos trabalhando em equipe com nossos colegas? Nossa escola nos proporciona meios para utilizarmos estas novas ferramentas? Estamos construindo o saber de modo interdisciplinar? Que importância nós damos aos temas transversais, eles fazem parte do nosso cotidiano escolar? Pergunta que não quer calar: somos professores obsoletos?
Leila Cristina

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